Ela não é a sombra de Francisco, mas brilha com ele na primavera da sociedade e da igreja medieval até os tempos atuais.
Os dois são portadores de uma personalidade forte e original. Há 800 anos o movimento de Assis sacode o mundo com valores profundamente humanos e divinos, nele o Evangelho faz estrada. Clara não é fotocópia de Francisco, mas é o lado feminino do projeto sonhado por ele. Ela viveu o discipulado como uma mestra autônoma e responsável do mesmo projeto de vida evangélica.
É fundadora com Francisco e mestra da nossa rica espiritualidade. Ela nos ensinou a pensar a realidade sob a ótica da contemplação; com ela temos que aprender a transformar o nosso tempo em templo.
Podemos dizer que sem Clara a experiência de Francisco é incompleta; ela é um testemunho excepcional da herança do ideal evangélico que nasceu em Assis. Ela é a versão feminina do ideal franciscano.
Clara e Francisco são arquétipos humanos e protótipos da encarnação do evangelho; uma rigorosa mudança pessoal, uma cordial vivência fraterna, uma conversão de ternura e cuidado, um verdadeiro encontro entre espírito e afeto.
Em Clara, Francisco encontra o seu coração de mãe; em Francisco, Clara encontra o seu coração de irmã.
Frei Vitório Mazzuco Filho Coordenador da Pastoral Universitária